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domingo, 27 de novembro de 2011

Caipirasuchus paulistanus

Imagem de Pepi

O fóssil foi encontrado no município de Monte Alto, interior do estado de São Paulo, datado entre 85 e 90 milhões de anos atrás.
O Caipirasuchus era um crocodilo terrestre, com cerca de 1,40 m de comprimento e 35 kg de peso; possuía um focinho afilado, com a região posterior alta, de músculos longos, propiciando uma mordida poderosa.
“O fóssil nos indica um animal de espécie e família bem peculiares. Além de totalmente terrestre, o que já não é comum para répteis como os crocodilos, a dentição talvez seja uma de suas características mais interessantes, que o distingue de tudo o que existe agora ou existiu no passado”, afirma Carvalho.
Os dentes com lâminas verticais onduladas sugerem que o Caipirasuchus deve ter sido um animal herbívoro. Fabiano Iori, membro da equipe coordenada pelo professor Ismar de Souza Carvalho, diz: “Outra característica de sua dentição é que está dividida em duas partes: a anterior, para a apreensão de alimentos e a parte posterior, de coroas triangulares e dispostos obliquamente, para processá-los. Tudo indica que também seriam capazes de quebrar conchas de moluscos, que eram abundantes naquela região”.
 O crocodilo, da família Sphagesauridae, possuía suas narinas na parte anterior do crânio, como os cachorros. Carvalho afirma “Pudemos analisar todas essas diferenças por ter sido o crânio encontrado completo. Todas essas distinções demonstram que o Caipirasuchus viveu num contexto específico. Sua estrutura craniana aponta para um animal bastante exótico, cujas características mostram que foi um animal específico do território brasileiro”.
A forma e a estrutura das mandíbulas indicam que ele tinha uma mordida poderosa; Fabiano acrescenta: “Assim como os outros de seu grupo, o Caipirasuchus vivia em nichos ecológicos que hoje são ocupados principalmente pelos mamíferos. Isso quer dizer que, como os gambás e os quatis, mamíferos que também têm focinhos afilados e se alimentam de raízes, artrópodes, frutos e pequenos vertebrados, o Caipirasuchus possivelmente tinha hábitos onívoros. Cogita-se a possibilidade de que se alimentasse  de moluscos bivalves, tal como atualmente faz o jacuruxi, ou lagarto-jacaré”.
 Todas essas informações levam a caracterização do ambiente em que viveu o Caipirasuchus; Ismar Carvalho conclui: “São características muito próprias, talvez exclusivas do território brasileiro, com uma fauna peculiar habitando a região onde hoje se localiza o interior do estado de São Paulo. Desvendar a história paleobiológica registrada pelos fósseis ali encontrados conduzirá a construção de uma identidade única para a paleontologia brasileira”.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CIÊNCIA, GRILHÕES, OPÇÕES E ARTE: CAMINHOS ABERTOS OU LABIRINTOS SEM SAÍDA?


Imagem: Mauritus Cornelis Escher - Mão com esfera reflectora
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A ciência é vista e tratada hoje pelos museus de ciência como uma manifestação cultural, sempre disposta a falar dos nossos mitos de origem. As ciências da Geologia e da Paleontologia revelam justamente todos os mistérios que envolvem a evolução do Planeta Terra e da vida que nele se desenvolveu ao longo de mais de 4 bilhões de anos. Por esse motivo, foi intento deste Museu buscar uma proposta inovadora para a constituição de seu espaço expositivo, ao apresentar a integração, no Planeta Terra, da geodiversidade e da biodiversidade, acrescendo-se a isso uma discussão problemática entre temporalidades, humana e geológica.
A dificuldade de entendimento da dimensão temporal de formação da Terra apresentada pelas pessoas em geral é bastante evidente, sobretudo em função do distanciamento que as separa do universo de conhecimento das Ciências da Terra. Para aqueles considerados leigos no assunto, é bastante perturbador comparar as temporalidades humana e geológica, tão distintas ente si. Isso porque enquanto nossa expectativa de vida gira em torno dos 73 anos, o tempo de constituição e de vida do Planeta Terra envolve uma história de 4,56 bilhões de anos. Além disso, mesmo se esquecermos a questão do tempo individual e pensarmos no tempo de existência dos primeiros indivíduos da espécie Homo sapiens na Terra, estes surgiram por volta de 70 mil anos, enquanto a vida passou a se desenvolver neste planeta há 3,8 bilhões de anos atrás.
Levar ciência a população implica encontrar uma linguagem acessível, livre de jargões técnicos, sem perder de vista os conceitos. Então, desenvolver produtos artístico-científicos em diferentes mídias é, comprovadamente, uma potente ferramenta de popularização e democratização da Cultura da Ciência.
O ato de reconhecer algo em uma imagem é “identificar, pelo menos em parte, o que nela é visto com alguma coisa que se vê ou se pode ver no real”. Embora essa seja uma definição perfeitamente aceitável de modo geral, como adaptá-la à realidade da Geologia e da Paleontologia? Ambas são ciências que buscam reconstruir a história do planeta Terra e da vida que nele existiu. História essa que lida com organismos e cenários ambientais que não existem mais na atualidade e que são, muitas vezes, estranhos ao olhar contemporâneo.
Em função dessa estranheza, nasceu a Paleoarte, com o objetivo de aproximar da sociedade pesquisas paleontológicas e geológicas, por meio da apresentação visual de diferentes formas de entendimento dos antigos cenários de vida do planeta. Em outras palavras, a paleoarte surgiu para possibilitar a construção de simulacros representativos de vidas e ambientes, ao mesmo tempo próximos e distantes do que conhecemos hoje. Isso porque ela lida com o diferente através de elementos imagéticos reconhecíveis, permitindo que a imagem sirva à descoberta do novo.
De acordo com os princípios gerais de divulgação científica, ou seja, com o preceito de que divulgar não é ensinar, não é mitificar a ciência e, sobretudo, é despertar o espírito crítico, a paleoarte, a representação de animais, vegetais e paisagens do Passado Geológico da Terra, é talvez a mais utilizada e mais eficiente ferramenta de apresentação de resultados de pesquisa e teorias geocietíficas.
Sua ampla diversidade estética e técnicas de apreensão visual, emotiva e racional possibilitam que atinjam um amplo público, e o aspecto artístico e imagético tornam prazeroso, pessoal e instigante o processo de aprendizado. Muitas vezes o simples contato com este tipo de mídia possibilita a sensibilização à Cultura Científica por crianças, adolescentes e adultos de qualquer nível escolar ou social.

Texto de Felipe Mesquita de Vasconcellos

sábado, 12 de novembro de 2011

Suposto fóssil do Scrat, do filme A Era do Gelo, foi encontrado na Argentina



O crânio de 2 centímetros, com grande espaço para os olhos, focinho comprido e dois grandes caninos, foi encontrado por paleontólogos em rochas de 95 milhões de anos.
Animais desse tipo nunca foram vistos no período Mesozóico.
Seria ele o Scrat, uma mistura de esquilo com tigre dente-de-sabre?
O responsável pelas escavações, Guilermo Rougier, da Universidade de Louisville, EUA, Cronopio (o Scrat), é um exemplo que os mamíferos primitivos tinham formas sem paralelos hoje. Os grandes olhos indicam que o animal era noturno. Rougier afirmou para a revista New Scientist: “A função dos longos caninos é difícil de imaginar. Não existe modelo real para isso.” 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Imaginem como seria ter animais já extintos ao nosso redor

Thadeu dos Anjos Reis, membro do nosso blog, idealizou obras com o tema que habita nossa imaginação.

Seu inseticida tem pouca eficácia? Experimente o nosso!

















Cuidado!!!!
Pterygotus na água












Atenção: pista exclusiva para dinossauros












Travessia de Arthropleura


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Paleo Arte Moderna no XXII CBP



Alguns trabalhos dos membros do blog foram expostos no XXII Congresso Brasileiro de Paleontologia (http://www.xxiicbpnatal.com/apresentacao.php), que ocorreu de 23 a 27 de Outubro de 2011, em Natal – Rio Grande do Norte.


Exposição dos trabalhos de Roberta Delecróde de Souza à esquerda, Joana Martins de Vasconcelos à direita, Thadeu dos Anjos Reis e Jhonatta  de Oliveira Vicente abaixo.



Obra de Matheus Machado Grimião